6 - Mpesa Não É Um Trabalho
Corresponding Author(s) : Ruth Keila Castel-Branco
CODESRIA Bulletin,
No 2 (2025): Bulletin du CODESRIA, n° 2, 2025 : NÚMERO ESPECIAL MOÇAMBIQUE - Visão de alguns intelectuais moçambicanos sobre a violência pós-eleitoral
Résumé
Em 2024, os moçambicanos saíram à rua numa revolta popular sem precedentes para manifestar-se contra os resultados fraudulentos das eleições gerais. Embora o impulso para as manifestações tenha sido a reposição da verdade eleitoral, os manifestantes apropriaram-se do símbolo de Venâncio Mondlane para expressar a sua indignação e reivindicar um conjunto muito mais amplo de prioridades, incluindo o acesso à habitação, serviços públicos e empregos dignos. O partido no poder respondeu com uma campanha de terror. Segundo a Plataforma Eleitoral Decide, entre 21 de Outubro e 21 de Janeiro, 315 pessoas foram assassinadas pela polícia, mais de 3.000 ficaram feridas, 4.236 foram detidas ilegalmente e algumas continuam desaparecidas. Entre a fúria e euforia, os manifestantes de vários estratos sociais proclamavam: “Anamalala, o regime da Frelimo acabou”. Os elevados índices de pobreza e desigualdade constituem uma das causas raízes desta revolta popular. Entre 2014/15 e 2020/21, a taxa de pobreza nacional disparou de 46,1 por cento para 68 por cento – resultado da crise das dívidas ocultas que levou à desvalorização do metical, à inflação dos preços dos produtos de primeira necessidade e à drástica redução do consumo. Esta situação foi agravada pelos...
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